Uma rosa a abrir
O nevoeiro a subir
Um pássaro ainda a dormir
E o sol a encobrir
Gatos que parecem sorrir
No meio da chuva a carpir
O silêncio teima em proibir
A minha janela de abrir
Volta serenidade
Ao lugar onde te encontrava
Em silêncio
Caindo a tarde quase adormecida
Na sombra do esteio
Do ventre materno
Sem saudade
Desta vez não sei
Se foi o outro meu lado que encontrei
Perdido nas memórias de alguns sonhos
Espreitando o movimento das águas
Para saciar em cada dia
O rio da minha imaginação.
Lembro-me
da saudade em que me deixa esse presente
do cheiro do café e do pão quente
dos ecos que não escutei por estar ausente.
Renascer
nos raios do sol poente
em cada entardecer
na lua que se renova
em cada fase que tem
Encontrar
em cada sonho expirado
outro sonho para viver
Na imagem que busco na água
Matizo a imaginação.
Nos nenúfares
Suavizo a inquietação
E encontro o meu lugar transparente.
No mar procuro vida que desconheço
Como tempero do amanhecer sereno.
Fico abrigada no meu próprio silêncio!
Se canto
Não é encanto
É abrigo do meu pranto
Deixado nalgum recanto
Que não consigo encontrar
Nem sempre a minha poesia é um poema
mas vejo sempre na tua vida um teorema.
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