Não sei escrever poesia por me faltar a arte rítmica das palavras.
Mas não desisto de ser poeta nem que seja para despertar nos outros a criatividade dos sonhos.
Talvez um dia a minha obra nasça porque alguém conseguiu criar aquilo que a minha alma não descobriu.
Nascem as primeiras rosas.
O tempo vai-lhe secando as pétalas mas aquele aroma reconhece-se em qualquer lado.
No ano seguinte outras rosas virão, com cambiantes diferentes, com outros perfumes.
E nós vamo-nos adaptando às vicissitudes do tempo, sem esquecermos a cor e o cheiro daquelas primeiras rosas que tivemos.
Situo-me no tempo onde ficam as minhas memórias.
O tempo nem sempre me diz o que procuro e afasta-se das minhas emoções.
Destapa as pedras do meu renascimento e aduba minúsculas flores silvestres que me atraem os sentidos.
Tomo consciência da importância dos pequenos nadas.
Recuo no tempo e já não o encontro.
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Fixo-me nos rostos e deles se escapam tantas emoções.
Imagino que suporto cada suspiro, disfarço algumas rugas e dou cor a muitos cabelos brancos.
Não tenho retorno no meio da multidão, suspensa no materialismo exacerbado.
E fico à espera que nem todos os olhares sejam casuais encontros.
Nos silêncios encontramos conforto, paz, serenidade.
Noutros silêncios pesam-nos desgostos, angústias, incertezas.
E o silêncio transforma-se em solidão.
Que alguma solidão encontre o meu silêncio, nem que seja por um breve instante.
Estamos convencidos que vivemos o presente, do passado temos recordações e construímos o futuro.
Toda a nossa vida é marcada pela saudade de um passado que nos limita o presente e determina o futuro.
Ficamos muitas vezes perdidos nestas angústias porque nem sempre o passado nos acarreta boas recordações, o presente é uma luta constante e no futuro são incertas as nossas aspirações.
Vamos deixando que esta forma de ser nos crie a ilusão de dominarmos as circunstâncias e ficamos desarmados quando elas nos dominam.
Afinal somos tão humanos.
Como é fácil falar dos outros, daqueles que gostamos e muito mais daqueles que não gostamos.
Por mais que a nossa consciência nos avise que a vida é demasiado rápida para a desperdiçarmos com vulgaridades, num ou noutro momento somos traídos por este ímpeto tão humano da crítica, do comentário, nem sempre no bom sentido ou no sentido construtivo do acto.
Dos outros nem sempre sentimos a compreensão, as palavras que gostaríamos de ouvir, as atitudes adequadas. De nós apenas sentimos uma verdade, aquela que a nossa autenticação como seres humanos, nos permite atingir.
É por isso que a verdade não é só uma, existe uma em cada um de nós.
A nossa verdade nem sempre é igual à verdade dos outros.
Todos temos um nome que faz parte da nossa essência. O meu é MARTINHA (não se tratando de diminutivo de Marta) DO VALE.
Este nome tem um significado familiar e daí a razão da minha escolha. A minha avó paterna chamava-se Martinha e era natural de uma localidade da Beira Baixa com o nome de Vale de Pereiras. Dizem os que a conheceram que lhe herdei muitos traços fisionómicos e isso, desde menina, que me encantou o ouvido.
Sou serrana, sou da Beira e tenho no sangue o cheiro das giestas floridas e dos pinhais (hoje já tão escassos).
Apesar de não ter crescido nesse lugar, herdei muitos dos seus sabores, dos seus sentires que foram amadurecendo pela vida fora sem se deixarem adulterar por outras culturas e outros viveres.
Sou, afinal, uma pessoa comum que agarra a vida com alguma poesia e teima em acreditar que, embora os sonhos nem sempre se concretizem, ajudam-nos a transformar alguns pesadelos.
Por curiosidade entrei neste mundo cibernético e dei comigo a criar um "blog". Não percebendo grandes coisas sobre isto, os erros vão-me dando conta de que sou de outra geração - a da máquina de escrever. Mas como não desisto facilmente e como um dos meus maiores defeitos é a teimosia, resolvi continuar a navegar e a interpretar os esclarecimentos que me facultava o "sapo"
Porquê um BLOG?
Para já, para partilhar as minhas ideias com os outros ou, simplesmente, para escrever os meus desabafos.
Ideias comuns que temos dos sentimentos, dos sofrimentos, das angústias, das alegrias, dos pequenos nadas que nos transformam, das diferenças, afinal da vida que levamos ou daquela que desejaríamos levar.
Esta, no fundo, é a justificação para o aparecimento do blog "Soviver".
A autora
. Engano
. Flor
. Anjo
. Silêncio
. Solidão
. Sonho
. Partida
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. futuro
. lágrimas
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. poesia
. presença
. renascer
. silêncio
. so viver
. solidão
. sonho
. sonhos
. tempo
. vento